
Cães e gatos, apesar de distintos em comportamento, podem sofrer com um problema em comum: a ansiedade. Muitos tutores acreditam que esse distúrbio emocional é exclusivo dos humanos, mas a verdade é que os pets também sentem medo, estresse e insegurança — e esses sentimentos podem impactar diretamente a saúde física e mental dos animais.
Neste artigo, vamos explicar os principais sintomas da ansiedade em cães e gatos, suas causas mais comuns e, principalmente, como tratar de forma eficaz.
Se você tem um cão e quer aprofundar no tema, leia também nosso conteúdo exclusivo sobre o assunto:
➡️ Ansiedade Canina: saiba identificar e como agir
O que é ansiedade em pets?
A ansiedade em cães e gatos é uma condição em que o animal demonstra comportamentos de estresse, agitação ou medo de forma frequente, especialmente diante de determinadas situações, como separação dos tutores, sons altos, mudanças de ambiente ou até tédio.
Ela pode ser passageira ou crônica. Quando se torna persistente, interfere na qualidade de vida do pet e exige acompanhamento veterinário e, em alguns casos, suporte comportamental.
Principais sintomas de ansiedade em cães e gatos
Sintomas mais comuns em cães:
- Latidos excessivos ou uivos prolongados;
- Comportamento destrutivo (móveis, portas, sapatos);
- Lambedura constante das patas;
- Tremores ou salivação exagerada;
- Respiração ofegante sem causa aparente;
- Agressividade ou agitação repentina;
- Tentativas de fuga quando deixado sozinho.
Sintomas mais comuns em gatos:
- Miados constantes e altos, especialmente quando o tutor sai;
- Marcação de território com urina fora do local;
- Isolamento ou agressividade repentina;
- Lambedura excessiva (resultando em falhas na pelagem);
- Falta de apetite ou vômitos sem causa física;
- Aumento de comportamento noturno (atividade intensa à noite).
Importante: esses comportamentos podem ser confundidos com problemas físicos. Por isso, é fundamental consultar um veterinário para avaliação clínica antes de iniciar qualquer tratamento emocional.
Causas mais comuns da ansiedade em pets
1. Ansiedade de separação
Muito comum em cães e, em menor grau, em gatos. O pet sente medo, estresse ou angústia ao ficar sozinho ou separado do tutor.
2. Mudança de rotina ou ambiente
Mudanças na casa, troca de móveis, viagens, chegada de novos moradores (humanos ou animais) podem causar insegurança.
3. Barulhos intensos
Fogos de artifício, trovões e aspiradores são estímulos que geram medo e disparam a ansiedade, principalmente em cães.
4. Falta de estímulos físicos e mentais
Pets que ficam muito tempo sozinhos ou em ambientes sem brinquedos, interação ou passeios desenvolvem ansiedade por tédio.
5. Traumas anteriores
Animais resgatados ou que sofreram maus-tratos podem apresentar ansiedade crônica ou medo generalizado.
6. Socialização inadequada
Falta de contato com outros animais ou pessoas durante a fase de socialização (principalmente até os 6 meses) pode gerar comportamentos ansiosos na vida adulta.
Como tratar a ansiedade em cães e gatos?
1. Avaliação veterinária e comportamental
O primeiro passo é descartar causas clínicas. Após isso, o veterinário pode indicar tratamento comportamental e, se necessário, medicação.
2. Enriquecimento ambiental
Oferecer brinquedos interativos, arranhadores, esconder petiscos, circuitos com caixas, ou até rádio ligado, ajuda a manter o pet ocupado e estimulado.
3. Exercícios físicos regulares
Principalmente para cães, o gasto de energia com passeios e brincadeiras diárias reduz significativamente o nível de ansiedade.
4. Feliway, Adaptil e feromônios sintéticos
Produtos naturais que simulam feromônios maternos. Ajudam a acalmar pets em períodos de estresse. Disponíveis em difusores ou sprays.
5. Treinamento de dessensibilização
Consiste em expor gradualmente o animal ao gatilho da ansiedade (como ficar sozinho), recompensando comportamentos calmos e seguros.
6. Terapia com adestrador ou comportamentalista
Profissionais especializados podem identificar causas ocultas e aplicar métodos específicos para o tipo de ansiedade do pet.
7. Medicação (quando necessária)
Em casos graves, o veterinário pode prescrever medicamentos ansiolíticos. Eles nunca devem ser administrados sem orientação profissional.
Ansiedade em gatos: cuidados especiais
Gatos são mestres em esconder sintomas. Por isso, a ansiedade felina muitas vezes passa despercebida. Algumas dicas para tratar e prevenir:
- Crie rotinas previsíveis (hora da comida, brincadeira e carinho);
- Disponibilize locais elevados e seguros para ele observar o ambiente;
- Evite mudar móveis ou objetos de lugar com frequência;
- Dê acesso a janelas com segurança para observar o exterior;
- Utilize feromônios sintéticos (como Feliway) em momentos de mudança.
Prevenção é o melhor caminho
A melhor forma de lidar com a ansiedade em pets é evitar que ela se instale. Veja algumas práticas preventivas:
- Estimule a socialização desde filhote;
- Proporcione momentos diários de brincadeira;
- Deixe o ambiente com brinquedos e cheiros familiares;
- Nunca castigue comportamentos ansiosos — isso piora o quadro;
- Mantenha consultas regulares com o veterinário.
Quando procurar ajuda profissional?
- Quando os sintomas se tornam frequentes ou intensos;
- Quando o comportamento começa a interferir no convívio diário;
- Quando o pet se machuca (como se lamber ao ponto de ferir);
- Quando há perda de apetite, peso ou sono desregulado.
A ajuda de um veterinário é essencial para indicar o melhor tratamento, que pode incluir acompanhamento com um especialista em comportamento animal.
A ansiedade em cães e gatos é mais comum do que se imagina. Ela pode surgir por diversos motivos, mas, com o diagnóstico correto e o tratamento adequado, é possível devolver ao pet sua tranquilidade e bem-estar.
Se você identificou alguns dos sintomas mencionados, procure orientação profissional o quanto antes. E lembre-se: quanto antes agir, mais fácil será o tratamento.
Para saber mais sobre a ansiedade em cães, acesse:
Ansiedade Canina – Veterinário Alpha Conde
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